O colégio onde eu estudava, costumava joga bola com os amigos mas nunca tinha sido chamado para jogar no time do colégio Quando fiz onze anos avisaram-me que, finalmente, seria chamado pra joga no time. Fiquei felicíssimo, mas esse estado de espírito durou pouco: fiquei no time mas no banco de reservas.
Minha decepção foi imensa. Voltei para casa chateado. Meu pai quis saber o que se passava e ouviu toda a minha história, sem nada dizer ele foi buscar o seu bonito relógio de bolso e colocou-o em minhas mãos, dizendo:
– Que é que você está vendo?
– Um relógio de ouro, com mostrador e ponteiros.
Em seguida, meu pai abriu a parte traseira do relógio e repetiu a pergunta:
– E agora, o que está vendo?
– Ora, aí dentro parece haver centenas de rodinhas e parafusos.
meu pai me surpreendia, pois aquilo nada tinha a ver com o motivo do meu aborrecimento. Entretanto, calmamente ele prosseguiu:
Este relógio, tão necessário pra mim e tão bonito, seria absolutamente inútil se nele faltasse qualquer parte, mesmo a mais insignificante das rodinhas ou o menor dos parafusos.
Nós nos olhamos e, no seu olhar calmo e amoroso, eu compreendi sem que ele precisasse dizer mais nada. Essa pequena lição tem me ajudado muito a ser mais feliz na vida. Aprendi, com a máquina daquele relógio, quão essenciais são mesmo os deveres mais ingratos e difíceis, que nos cabem a todos. Não importa que sejamos o mais ínfimo parafuso ou a mais ignorada rodinha, desde que o trabalho, em conjunto, seja para o bem de todos. E percebi, também, que se o esforço tiver êxito o que menos importa são os aplausos exteriores. O que vale mesmo é a paz de espírito do dever cumprido…
É uma verdade. Cada um de nós é uma pequena peça importante em um grande universo
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Verdade.
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